Sal, o inimigo da saúde cardiovascular
O Lifestyle ao Minuto falou com o
cardiologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão sobre os
riscos que o consumo excessivo de sal representa para a saúde.
LIFESTYLE ENTREVISTAHÁ 22 HORASPOR VÂNIA MARINHO COM ELSA PEREIRA
No âmbito do 10º Congresso Português de Hipertensão e Risco Cardiovascular
Globalcom, que começa hoje e se prolonga até ao dia 28 de fevereiro, o Lifestyle ao Minuto entrevistou o Prof. José Mesquita Bastos,
cardiologista e presidente da Sociedade Portuguesa de Hipertensão, sobre o
consumo de sal e a saúde cardiovascular.
O especialista começa por explicar que “o sal por si só não é prejudicial, o seu consumo em excesso é que acarreta
sérios problemas para a nossa saúde”. Isto porque “leva o organismo a reter mais líquidos e a aumentar de volume o que pode levar a um
aumento da pressão arterial”.
Por outro lado, destaca o Prof. José Mesquita Bastos, “o sal atua sobre
receptores específicos dos vasos, provocando a contração dos mesmos e
consequentemente aumento dos valores tensionais”.
Sublinha ainda que o consumo excessivo de sal está associado ao risco de AVC - pois “aumenta a pressão arterial, embora
exista alguma evidência científica de que o sal, por si só, aumenta o risco de
AVC” - , a uma maior incidência de enfarte agudo
do miocárdio e tem uma ação direta e promotora de cancro
de estômago.
Quanto há hipertensão explica que é “uma
doença crónica sem sintomas aparentes na sua fase inicial que, aos poucos, vai
afectando órgãos vitais do nosso organismo como o coração, cérebro, rins e
estômago”.
A quantidade de sal recomendada pela OMS é de 5 gramas
diários para um adulto, o correspondente a uma colher de chá. Acontece que,
atualmente, o consumo diário dos portugueses, como destaca o especialista,
situa-se praticamente no dobro do recomendado: cerca de 10,7 gramas.
“Até 2020 queremos que o consumo diário dos portugueses se situe abaixo das
10 gramas, sendo o ideal atingir esses 5 gramas. Todos os esforços da Sociedade
Portuguesa de Hipertensão são focados neste grande objectivo”, destaca o Prof.
José Mesquita Bastos.
E quais as melhores formas de conseguir reduzir o
consumo de sal? Treinar o paladar para que consiga adaptar-se a novos sabores. Bastam cerca
de “22 dias para nos adaptarmos ao novo sabor resultante da diminuição do teor
de sal”, sublinha o especialista.
O cardiologista aconselha ainda a substituição do
sal por ervas aromáticas, que deixam a comida muito saborosa – até porque o
“deixam sentir o sabor natural dos alimentos, o que com o sal nem sempre é
possível”.
Deve ainda evitar o consumo de “enlatados,
produtos de charcutaria, snacks salgados, molhos já preparados, como o ketchup e a
maionese, pois são produtos muito ricos em sódio e pobres em nutrientes”.
Usar uma colher de medida aquando da confecção das refeições é também uma excelente ajuda uma vez que
evita a tendência de pôr ‘sal a olho’. Não levar o
saleiro para a mesa é também uma dica fácil e eficaz.
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